Segunda-feira, 20 de Fevereiro de 2006
Geralmente não falo de religião. Não porque receie ferir susceptibilidades nem porque não tenha uma posição sobre tal assunto. Ter, tenho. Mas guardo-a para mim. Não porque não valha a pena partilhá-la
mas porque não desempenha um papel tão primordial na minha vida.
No entanto, depois de um fim-de-semana em que fui obrigada a assistir a triplicar à(s) cerimónia(s) de transladação da irmã Lúcia e das notícias em catadupa sobre as caricaturas (in)ofensivas de Maomé, achei que devia opinar. Uma vez toda a gente divulga opiniões, crenças, argumentos (mais ou menos) fundamentados, (mais ou menos) aceitáveis, (mais ou menos) politicamente (in)correctos
Porque que não eu?
Não interessa muito que a minha opinião seja pouco fundamentada e pensada sobre o joelho!!! O que é que eu acho disto?
No caso da irmã Lúcia, o showbiz sobrepôs-se um pouco à religião. Independentemente da legitimidade da transladação, não seria necessária uma transmissão simultânea (a triplicar!) numa guerra das audiências! (A propósito, viva a 2:!) Como costumo dizer, a Fé é diferente da crendice. Respeito a Fé mas abomino a crendice. Não gosto do lirismo religioso, recheado de coincidências incríveis, de quase milagres
O (pouco) que vi no Domingo, atirava para uma mistura pouco equilibrada de crendice e fé por esta ordem.
O caso das caricaturas é muito complexo. Liberdade de expressão VS respeito pelo outro. E aqui não sei que posição tomar. Por um lado posso questionar-me sobre o que é essa tal liberdade de expressão. Acaba onde começa o respeito pelo outro? Ou o respeito pelo outro implica que esse outro respeite a caricatura que foi feita? Ou quem faz a caricatura tem que meditar primeiro sobre a reacção (até certo ponto previsível) de um grupo religioso que pode, inclusivamente, não ser um retrato fiel dessa mesma religião? E que respeito têm estes outros, que clamam por respeito, ao insinuar que o Holocausto não existiu (como fez o presidente do Irão)? Como respeitar quem, em sinal de indignação pela falta de respeito, desrespeita instituições ou valores fundamentais como a vida humana?
Sou pró-respeito. Desde que isso não se confunda com fanatismo. Sou religiosamente tolerante. Desde que não me vendam uma religião com certa.
Espero que as pessoas se respeitem. Espero ser respeitada. Espero saber respeitar (coisa que me parece cada vez mais complexa)
De ? a 20 de Fevereiro de 2006 às 23:29
A religião sempre teve um papel importante na vida das pessoas, a meu ver até demasiado, pois não consigo perceber o conceito de "guerra santa" ou mesmo o que faz uma religião ser melhor que a outra?! Acho que NENHUMA GUERRA É SANTA, porque, que eu saiba não há nenhum deus a mandar matar ninguém, mas sim tentar o respeito pelos outros!
Na minha opinião, a transladação da irmã Lúcia foi um circo que teria sido evitado se a tivessem levado logo para Fátima, mas assim gastámos mais dinheiro aos contribuintes e entretivémos os povo...Xi
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